domingo, 17 de novembro de 2013

Desde que nos conhecemos como seres pensantes que assistimos ao desenvolvimento da tecnologia. Primeiro foi o fogo, depois a roda, os meios de transporte, a máquina a vapor, a eletricidade, e por aí fora até aos nossos dias. Mas a capacidade inventiva do Homem teve sempre que lutar contra a resistência de alguns que não estavam preparados para as novidades, por ignorância, em certos casos, por conveniência, noutros. A tecnologia já foi obra do demo, feitiçaria, magia, algo supérfluo e "dispensável",... até que nos rendemos às evidências e hoje não vivemos mais sem ela. Também assim é na escola.

Por mais resistência que lhe façam, ela entrou na sala de aula. É parte integrante do nosso quotidiano. Temos é que saber utilizar as suas potencialidades na formação dos nossos alunos, cidadãos do futuro (sendo que este começa neste instante). Para isso é também fundamental que o professor se reveja nas novas ferramentas, que se sinta confortável no seu uso, "aprendendo a aprender" com elas, através delas, para depois se tornar num mediador, orientador do trabalho dos seus "aprendizes". Deve esquecer de vez a ideia ultrapassada do professor detentor do saber, incontestável, do professor que debita matéria, cabendo ao aluno ouvir e assimilar. Deve, na sua formação e enquanto indivíduo, desenvolver três tipos de conhecimento: tecnológico, pedagógico e disciplinar (Tpack), que serão essenciais à sua prática docente. Tarefa difícil de conseguir, tanto mais que a resistência às novidades teima em persistir. Daí as palavras de Ingrid Kuchenbecker Broch (2010) aquando da apresentação do seu projeto que envolvia o teatro e a internet a um projeto educativo (Drama Club Webwriters). Dizia ela que "precisamos de professores ousados, ou seja, dispostos a 'correr riscos'", concluindo depois que "não devemos ter medo do novo, mas estarmos abertos a aprendê-lo, mesmo por meio dos nossos alunos, o que não diminui em nada o conhecimento que temos para orientá-los."

Temos que seguir o curso natural, a tecnologia há-de continuar em evolução, continuará em marcha e a nós só nos resta acompanhá-la, aprender com ela e beneficiar da sua existência em todos os aspetos da nossa vida. O que já não é de agora e, por isso, termino relembrando um artigo da revista Newsweek, de setembro de 1999, que referia o seguinte: "Não existe mais volta. Antes uma novidade: a internet está transformando o modo como vivemos, pensamos, falamos, amamos, estudamos, fazemos dinheiro, visitamos o médico e elegemos o presidente. Não se trata de falar sobre o futuro - isso está acontecendo aqui e agora."

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

As tecnologias na sala de aula



Partilho convosco, neste espaço, um vídeo que, embora tenha sido elaborado por alunos de uma pós-graduação no Brasil, aborda um tema universal, que diz respeito a todos, enquanto educadores, e que vem de encontro à temática que temos vindo a desenvolver.




O novo papel do professor



Só para corroborar o que disse antes.

José Pacheco - TIC's e Educação



Nesta entrevista, o professor José Pacheco realça a ideia de que as novas tecnologias vieram alterar o conceito tradicional de ensino/aprendizagem, mas que o professor se mantém como o principal agente neste processo, necessitando, no entanto, "de desconstruir tudo o que foi, o que aprendeu, o modelo em que aprendeu" e passar a encarar a escola de hoje com novas formas de agir. "O professor tem que ser hoje, para poder ser amanhã."
De facto, o professor para poder ser e fazer "o amanhã" terá que pensar as suas práticas, utilizando as potencialidades que a tecnologia lhe oferece, numa perspectiva de mediação, de orientação do trabalho do aluno.Deverá conduzi-lo até ao caminho do conhecimento, fornecendo-lhe um mapa do percurso a fazer, para depois lhe largar a mão e deixá-lo partir sozinho à descoberta. As tecnologias terão neste trilho um papel fundamental, pois será com o seu contributo que o aluno alcançará a meta de forma mais eficaz e mais rápida.
Ainda que haja alguma resistência a esta nova forma de "ensinar", não demorará muito mais tempo até que todos os educadores e formadores do país se rendam à evidência e comecem também eles a fazer do uso das novas ferramentas uma prática quotidiana.