Todos nós temos o filme da nossa vida, ainda que esta esteja apenas no primeiro terço, ou vá a meio. É uma necessidade que nos assiste. O filme educa-nos, aconselha-nos, ralha-nos, grita-nos, abre-nos os olhos, ao mesmo tempo que nos deixa voar nas asas da fantasia. Ele é pai, é mãe, irmão, amigo, professor, ele é cada um de nós. Quem nunca se imaginou protagonista numa fita de cinema, como herói ou vilão, princesa ou madrasta, pobre ou rico, injustiçado ou justiçeiro? É o poder da imagem, da palavra, da música, da cor (ou da ausência dela).
Por isso, partilho convosco um dos filmes que mais me marcaram até hoje, o "Cinema Paraíso", de Giuseppe Tornatore, galardoado com o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1990. Nele está contida a essência do cinema em si mesmo, para além de nos recordar a importância das coisas simples, como a verdadeira amizade e a descoberta do amor, para além de nos lembrar que somos meros humanos. Por isso, o mostro aos meus alunos, sempre que quero trabalhar com eles valores que atualmente andam um pouco esquecidos.
É um filme simples, como só podia ser, mas no seu conjunto transmite uma mensagem que nos toca a todos e à qual é impossível ficar indiferente.
Partilho convosco a cena final, quando o protagonista, já adulto, recebe do seu amigo Alfredo, entretanto falecido, uma lata com cenas censuradas de beijos de vários filmes da época. As imagens, associadas à música de Ennio Morricone, preenchem qualquer vazio e aquecem-nos o coração
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